terça-feira, 6 de agosto de 2013

Silêncio


Silêncio... Olho para um lado, para o outro, escuto a inquietude do silêncio. Minhas "crianças" estão ausentes. Férias merecidas àqueles que se dedicaram todos os dias. Difícil olhar para o chimarrão ali vazio, sem a briga de quem vai buscar a água quentinha no subsolo do 42. Não escuto mais o sorriso e todas as divagações da Daiana com seus casos amorosos e suas preocupações. Sim, mais uma vez aqui na sala vazia, lembranças da Laura, e seu jeito forte, seu perfil sincero e sempre feliz, de alto astral vendendo seus produtos "jequiti". A falta que Caroline faz, sua timidez ainda permanece no ar do laboratório, enquanto classifico mais uma imagem, com seu jeito único de fazer chimarrão, uma bela companhia, calando-me mais uma vez nas lembranças de quando conversávamos. E o que dizer do Caçapava? O mais gaudério de todos, o rei do jeitinho brasileiro, um dos mais onipresentes, era um dos primeiros a pedir chimarrão... E o silêncio me faz deparar com a cuia ali vazia mais uma vez. Ao levantar e olhar a janela, lembro da Juliana e seu rosto sempre vermelho, hora por calor, hora por timidez, e sempre fazendo aquela dupla dinâmica com caçapava, mas agora as cadeiras estão vazias, os computadores desligados... Não quero esquecer de ninguém, portanto não esquecerei, apesar do silêncio, a lembrança da Cristina, que a cada cinco minutos tem uma ideia diferente e quase fica morena... Que bom, os morcegos entraram e agora não estou mais sozinho, lembrei dos novatos Badin e Adriane, mas que de repente, sempre sobra uma risada. Lembro também dos antigos, aqueles que já estão trabalhando em outros ambientes, se formando, acreditando que apesar desse silêncio que escuto, esse laboratório foi um lugar de muito aprendizado e de muita amizade. Sem esquecer do Rudiney, é verdade, do capitão do barco, e como qualquer outro capitão, o último a abandonar... Lembro bem porque agora estou sentado em sua cadeira desfrutando um pouco dessa solidão que se faz presente. É hora do apagar das luzes, antes olho mais uma vez o ambiente, tudo organizado, silencioso e fica mais nítido cada semblante das minhas "crianças", cada um com seu jeito, cada um com suas vontades, porém com a mesma intenção de crescer. Agora é hora de ir, mais um dia se foi, ao alarmar a sala, me vem um sorriso, semestre que vem estaremos todos juntos, todos no mesmo barco. São férias merecidas, minhas "crianças" precisam descansar, enquanto elas descansam, vou tocando o barco na espera que a bagunça volte e deixe meus dias menos solitários.

Boas férias merecidas a todos!

4 comentários:

  1. Rapaz, quando eu termine o conto: "Assassinato no Laboratório de Manejo" você vai ter que postar aqui!

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  2. Um dia quem sabe não sai? Ai eu venho contar o enredo por aqui! ehhehehe

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  3. Não sabia que tu eras poeta guri!!

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  4. HAHAHAHA, Belas Palavras! Eu Badin e Carol estaremos aí na semana que vem.. Não vai ficar mais tão Sozinho.. :)

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